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Mostrando postagens de março, 2009

O bom vinho de cada herói

Há pouco tempo estive com amigos na aconchegante pizzaria La Vicenza, localizada na gostosa cidade de São Caetano do Sul. Refinado e de atmosfera agradabilíssima, o espaço oferece um cardápio variado de opções para todos os gostos e paladares. Entretanto, a “arma secreta” do restaurante para fisgar o cliente pelo estômago é a sua carta de vinhos. La vicenza possui, provavelmente, uma das melhores adegas do país, e todo e qualquer apreciador de um bom vinho saberá reconhecer isso de imediato. Contudo, para a minha surpresa e honra, o seu sommelier, Leandro Ciasca – uma tremenda autoridade em se tratando da nobre bebida –, não deixou por menos, e agendou comigo uma entrevista pra lá de inusitada, com o intuito de, em suas próprias palavras “mesclarmos os mundos do vinho e da aventura”. E quer saber? Ficou um barato! Para ler a entrevista, é só clicar na imagem. O bate-papo rolou descontraído (falamos das preferências etílicas de Conan, Homem-Aranha etc.) e acabou transportado para a colu

A prima sereia do Homem-Aranha

Hey, intrepid one, sabia você que a primeira aparição de Tio Ben e Tia May ocorreu originalmente em Strange Tales 97 (junho/1962), ou seja, dois meses antes da estréia oficial do próprio Peter “Homem-Aranha” Parker em Amazing Fantasy 15? Não? Pois é... A explicação é a seguinte: antes de Stan Lee e Jack Kirby darem início ao Universo Marvel, a editora, que ainda atendia pela alcunha de “Atlas” (uma espécie de selo genérico quebra-galho usado por Martin Goodman para suas diversas ramificações editoriais), vivia a editar bastante material de suspense e ficção científica, principalmente histórias de monstros alienígenas que tinham como curtição maior invadir e tomar o planeta Terra (é só fuçar nos sebos que você acha esse material duca distribuído por centenas de gibis brasileiros das antigas). Muitos conceitos e personagens desse período foram reformulados e adaptados ao novo Universo Marvel que surgiu a partir do primeiro gibi do Quarteto Fantástico em 1961 (sabe como é, Stan

50 anos de Mauricio de Sousa

Eu sempre digo que as enquetes que promovo aqui no Manifesto não possuem nenhum valor científico, e que o propósito das mesmas é simplesmente o de divertir, além de dar oportunidade ao amigo leitor de externar sua opinião. Em todo caso, não deixa de ser curioso – porém, nada surpreendente – o resultado da última ( “Qual foi a melhor idéia dos últimos anos nas HQs?” ), que deu a vitória para a revista Turma da Mônica Jovem, sobrepujando no processo, concorrentes internacionais badaladas como Guerra Civil e Invasão Secre ta (ambas, da poderosa Marvel Comics), que comeram poeira, e Crise Final da DC Comics – que não abocanhou um mísero votinho. A predileção pelo novo universo – algo que – “mangá” de Mauricio de Sousa tomou quase 50% dos votos da pesquisa, sugerindo-nos que, além de estar plenamente antenado com os anseios do público consumidor de HQs, o famoso quadrinista/empresário mostra que brasileiro é tão bom quanto qualquer um; bastando estrutura profissional, técnica e fina

Como desenha esse Romita!

Enquanto todo mundo corria atrás para comprar a edição 583 de Amazing Spider-Man (amplamente divulgada na mídia), com a presença do novo presidente americano Barack Obama na capa e numa HQ back up – quebrando, no processo, todos os recordes de venda deste início de século – algo muito importante passou aparentemente despercebido, intrepid one. Nada mais, nada menos do que uma capa alternativa da edição, feita por Jazzy Johnny Romita, o infatigável e inimitável Romitão, vulgo Peido Velho do glorioso e saudoso Marvel Bullpen. Como é que um pecado desses foi acontecer, hein? Hein? OK, Obama até que parece um sujeito batuta, mas convenhamos.... quando o lendário Ring-a-Ding desenha alguma coisa, é simplesmente um momento único! Que capa! Que desenho bonito! Ele continua o mesmo! O melhor! O maioral! E desenhando o Aranha! Exagero da minha parte? Bah! Romita rules! Sempre! © Copyright Roberto Guedes

A furiosa arte de Sal Buscema

Em conversa com Roy Thomas há quase três anos, eu comentei o quanto gostava de sua parceria com Sal Buscema na revista do Príncipe Submarino. Foi quando o lendário roteirista e editor me informou em primeira mão que pretendia lançar uma edição especial da Alter Ego em homenagem a carreira do desenhista. Entusiasmado, repassei a notícia para os amigos da lista de bate-papo Marvel BR (9 de novembro de 2006); mas, infelizmente, e até onde sei, tal revista jamais foi lançada. Bom, conferindo hoje as novidades da editora Twomorrows (a mesma que edita o magazine Alter Ego de Roy), deparei-me com o anúncio bombástico da edição Sal Buscema: Comics’ Fast & Furious Artist, que será lançada em 21 de outubro de 2009, mas que desde já pode ser reservada. Há duas versões: a normal, com 176 páginas, e a luxuosa, com capa dura e 16 páginas coloridas a mais. Um desbunde editorial, na linha do livrão de John Romita que comentei tempos atrás aqui, com imagens raras do arquivo pessoal do artista,

Pra que casar, Tigrão?

Atendendo a pedidos, volto a falar sobre Peter, Gwen e Mary Jane Em 1972, Stan Lee encerrou suas atividades de editor-chefe e principal roteirista da Marvel Comics, para assumir a função de publisher. Gerry Conway se tornou o roteirista de Amazing Spider-Man, auxiliado nos primeiros meses pelo artista veterano John Romita no planejamento das histórias. Juntos, e com as bênçãos do novo editor-chefe, Roy Thomas, decretaram a morte de Gwen Stacy, a namorada do Homem-Aranha. Eles entendiam que Gwen era uma personagem de fraco apelo dramático – ainda mais quando em comparação com a irreverente Mary Jane –, e que havia o risco de Peter Parker e Gwen acabarem no altar. Naquela época, isso estava fora de cogitação, pois a Marvel não queria que a série perdesse seu apelo teen (cerca de quatro anos depois, Mary Jane seria afastada das histórias pelo mesmo motivo). Mas a morte da loirinha gerou protestos no fandom e trouxe vários desdobramentos para a turbulenta vida do herói aracnídeo.

Manifesto a favor das boas idéias bem executadas

Há exatos 40 anos, as revistas da Marvel traziam na página da redação (a famosa Page Bullpen ) a gloriosa coluna mensal de Stan Lee – Stan’s Soapbox –, onde Smiley explicava aos leitores a diferença entre ter uma idéia e o de se saber executar a mesma. Em seu estilo peculiar de comunicação – imbatível, convenhamos -, The Man ponderou que “[Ter] Idéia não é problema. Aqui na redação, não conversamos um com o outro por cinco minutos sem termos um zilhão delas [...] a sacada é desfrutar do tempo adequado para desenvolva-las [...] Todo mundo tem idéias – você, eu, os carteiros – até mesmo a concorrência, que Deus a abençoe! Mas o que realmente conta é o que você faz com elas! [Enfim] Uma idéia é como um violão: não significa nada, a não ser que você saiba como usar aquilo!” Hoje em dia, entretanto, parece que o mote nas grandes redações norte-americanas é seguir exatamente o caminho inverso dessas sábias palavras. Pegam uma idéia já batida e a usam à exaustão, não é mesmo? Nem vou me es