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Mostrando postagens de 2016

O Vigia original da Charlton Comics

O Vigia da Charlton estreou três anos antes de Uatu Todo fã da Marvel conhece Uatu, alienígena gigante e careca da raça dos Vigias - seres quase tão antigos quanto a criação do universo, que só observam e registram os acontecimentos históricos sem nunca interferirem. Se bem que Uatu quebrou esse juramento algumas vezes para ajudar os habitantes do planeta Terra, em particular, seus amigos do Quarteto Fantástico. A primeira aparição de Uatu aconteceu em Fantastic Four 13 (abril/1963), sendo uma criação conjunta de Stan Lee (roteiro) e Jack Kirby (arte). Com o passar do tempo, suas participações se tornaram mais corriqueiras, levando-o até mesmo a ganhar uma série solo intitulada Contos do Vigia, nas páginas de revistas como Tales of Suspense,   Silver Surfer e Marvel Super-Heroes.  Ele também se tornou o narrador oficial de What If? ( E Se..., no Brasil), e por aí vai... Contudo, três anos antes, a concorrente Charlton Comics publicou em Mysteries of Unexplored Worlds 18

O filme perdido do Homem-Aranha

Ellison como o sofredor Peter Parker Com a disponibilidade da internet, anos atrás chegou ao conhecimento do grande público o primeiro filme do Homem-Aranha, feito em 1969. Na realidade, uma produção não oficial e amadora de Donald F. Glut - ou simplesmente Don Glut, como ficaria conhecido mais tarde, ao se tornar roteirista de quadrinhos, escritor e diretor de cinema, entre outras atribuições artísticas. Contudo, pouco depois, um estudante universitário de Nova York, chamado Bruce Cardozo, produziu outro filme do aracnídeo em bitola de 16 mm, em cores, com cerca de meia-hora de duração, e que contou com o aval do próprio criador do personagem. "Em outubro de 1972, eu escrevi uma carta para Stan Lee explicando o projeto, e recebi como resposta uma entusiasmada aprovação, mas contanto que o filme só fosse exibido sem fins comerciais", explicou Cardozo, em entrevista ao fanzine FOOM 4 (1973). Um Jameson perfeito! Homem-Aranha 1973 O rapaz teve a ajuda de seus

A primeira HQ do Drácula

O Conde Drácula é um verdadeiro ícone da cultura pop mundial. Ele surgiu em forma de romance pela imaginação do novelista irlandês Bram Stoker, em 1897, e foi adaptado para diversas mídias. Nos quadrinhos, a versão da Marvel Comics - A Tumba de Drácula (abril/1972) - continua a ser a mais reverenciada pelos leitores.  O que muita gente ainda não se deu conta, é que o editor e roteirista Stan Lee já havia transportado o personagem para as HQs em Suspense 7 (março/1951), quando a Marvel ainda era conhecida como Atlas Comics.  A história em quadrinhos de seis páginas intitulada "Dracula Lives!" é considerada, até o presente momento, como a primeira a ser feita com o Rei dos Vampiros e, p osteriormente, dita como canônica, ou seja, pertencente à continuidade do vampiro no Universo Marvel. Embora também não traga as assinaturas de quem a escreveu e desenhou, é comumente aceito que o roteiro seja do próprio Stan Lee, já que ele escrevia praticamente todas as histórias nas

Almanaque Meteoro 6 à venda

Acaba de ser lançada a nova e aguardada edição do Almanaque Meteoro, do selo editorial Guedes Manifesto. Além do herói adolescente, a revista ainda traz mais duas criações de Roberto Guedes: o já conhecido cigano Zan-Garr, e a estreia de Monique, uma genuína bad girl, que protagoniza uma trama de suspense e terror. Em “Até Por Ti... Morrerei!”, Meteoro encara seu maior desafio até o momento. Quando Aríete, um ser colossal forjado na aurora do universo, ameaça devastar a cidade de São Paulo, o Mascarado Voador se interpõe em seu caminho de destruição, e para isso conta com a ajuda inesperada de três bravos voluntários. Um verdadeiro épico desenhado pelo talentoso Daniel Alves, com o mais improvável desfecho dos últimos anos nas histórias em quadrinhos. Já em “Monique”, o leitor irá acompanhar a trágica história da personagem homônima, que se passa nos tempos da Revolução Francesa. Enquanto a Bastilha é tomada pelas forças revolucionárias em Paris, a não tão bucólica comun

Qual a razão do apelido "Foggy"?

Henson, o Foggy do seriado. Tanto o leitor das "antigas", que acompanha os gibis do Demolidor há anos, como os espectadores mais novos que conheceram o Homem sem Medo com a exibição do excelente seriado da Netflix, se perguntam a razão do amigo e sócio de Matt Murdock, Franklin Nelson (interpretado por Elden Henson), ter o incomum apelido de "Foggy". Ora, na língua inglesa  foggy  significa "nevoento" ou "nebuloso", palavras que nem de longe definem o simpático, engraçado e um tanto guloso advogado. Depois de tantos anos, o roteirista Mark Waid tentou justificar o apelido no contexto cronológico, em Daredevil 3ª série 12 (julho de 2012), ao contar, em retcon, que Matt apelidou o colega ainda na época de faculdade, devido ao seu ronco estrondoso que o fazia parecer um "human foghorn", ou seja, uma "sirene de nevoeiro humana". Sirene de nevoeiro é um sinal sonoro emitido no mar para as embarcações não colidirem. No Bra

A revista mais estranha da Warren

A matéria que escrevi sobre a Warren Publishing, publicada na Mundo dos Super-Heróis 77 (março de 2016), trouxe muitas histórias de bastidores sobre essa importante editora cujos quadrinhos fizeram sucesso por aqui nos anos 1970, via revista Kripta, da RGE. Contudo, por falta de mais espaço, uma ou outra curiosidade ficou de fora, como a que diz respeito a um magazine estrelado por Heidi Saha - p rovavelmente a publicação mais estranha da Warren.  Saha era apenas um menina de 13 anos, muito fã de ficção científica, que aparecia nas convenções trajada de personagens em quadrinhos. Ou seja, u ma precursora do movimento cosplay.   Seus pais, fãs inveterados de sci fi também, encomendaram com a editora a produção de uma revista com fotos de Heidi como heroína.  A tiragem foi de apenas 500 exemplares, que eram vendidos pelo correio.  Muita gente na época não comprou por achar que era algum tipo de pornografia com menores, mas não passava mesmo de um exagerado mimo dos pais. © Co

A origem secreta do Capitão América

Capa da MSH 75 - Dossiê do Capitão América A revista Mundo dos Super-Heróis 75 está nas bancas e traz um dossiê colossal de 16 páginas, que escrevi em comemoração aos 75 anos do Capitão América. Desta vez o enfoque maior é na figura do "pai" de Steve Rogers - o editor, roteirista e desenhista Joe Simon.  Há também muitas informações de bastidores, entremeadas por uma análise da atmosfera reinante naquele período histórico. Vai conferir  também como o governo americano incentivava os escritores de ficção, para que evocassem o patriotismo em seus leitores. Além, claro, das principais influências que determinaram a gênese do personagem, como, por exemplo, o conceito utópico do Übermensch, de Nietzshe. Segue abaixo um aperitivo da reportagem. Assim que acabar de lê-lo, corra logo para a banca mais próxima, pois os exemplares já estão acabando. A ideia de se criar um herói patriótico, que trajasse uma roupa com as cores da bandeira americana, dominou os pensament